terça-feira, 25 de março de 2014

Reler - Ricardo Ferrand

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Uma “Esmeralda Partida”

… ‘tis now the very witching time of night when churchyards yawn (…). Now could I drink hot blood and do such bitter businesses the day would quake to look on… 
William Shakespeare,
em Hamlet

[… esta é a hora nocturna da bruxas saírem, quando bocejam os cemitérios (..). Poderia eu agora beber sangue e fazer tais horrores que o dia estremeceria só de os ver…]


                Com a presente citação de Shakespeare, Fernando Campos inicia a sua obra: A Esmeralda Partida, a qual é baseada em factos reais da História de Portugal. O que é esta frase terá a ver com História? — indagará o caro leitor. Possivelmente, até terá bastante, dependendo do que é para ti a História. Será a altura talvez de repensar o conceito apreendendo um novo.   
                Na verdade, neste livro uma certa “estória” da História não é refeita por um professor, mas antes contada por quem a viveu, por quem esteve lá e foi amigos de reis, de príncipes e de princesas, de heróis e de vilões, nada mais nada do que: Garcia de Resende! Desta guisa, essa “estória”, leva-nos a uma época de guerra, de intrigas e de mistério, parecendo que somos nós a viver tal guerra e a ver o sangue derramado. Parece que somos nós os espiões ao serviço do rei, fugindo por uma ruela escura da turba de mouros enfurecidos… parecendo até que somos nós o assassino, esperando na sombra o momento certo para executar a ordem fatal. Desta forma, ao ler A Esmeralda Partida sentimo-nos sempre perseguidos pelo vulto negro do suspense, fazendo com que o livro não queira sair das nossas mãos e que nossa alma continue perdida na época d’el rei D. João II, o rei que jogava xadrez.
                Fiel na reconstituição dos factos, dos ambientes e das personagens históricas, a obra não deixa de ser um magistral exercício de imaginação (consumado numa hipótese, talvez mirabolante, talvez verosímil). Interessante será atentar na perspectiva do exercício do poder, ou melhor da progressiva instauração do poder absoluto por parte do rei. No entanto, esse poder crescente do monarca é apresentado, pelo autor, como a salvaguarda do povo, em relação aos abusos da aristocracia. Será, hipoteticamente, essa a ideia transmita pela máxima de D João II, “pola lei e pola grei”, associada ao símbolo mítico do pelicano. A personagem de D. João II vai-se tornando, um tanto ao quanto, fetiche na obra de Fernando Campos. Todavia, esta é a primeira vez em que surge “de carne e osso” no desenrolar da acção, e, mesmo assim, por intermédio das recordações de outrem.
                A Esmeralda Partida é um daqueles raros livros que não nos deixa parar de ler, uma daquelas raras obras com as quais, por vezes, ficamos estáticos contemplando o mais ínfimo pormenor. No fim, quando chegamos ao derradeiro ponto final, não conseguimos deixar de nos perguntar: quem matou D. João II… essa pobre esmeralda partida?
                Por isso, faço um desafio: leiam este livro! “Percam” algumas horas e vivam na “Era de Quatrocentos”. Na minha parca opinião, A Esmeralda Partida de Fernando Campos é pura e simplesmente imprescindível!   

Santarém, 20 de Agosto de 2000
 Texto publicado em:
 RELER — Revista dos Estudantes da Faculdade de Letras, Coimbra, nº2, Novembro de 2002, p. 4


Adenda: Sei da publicação deste livro em edição do Círculo de Leitores, se alguém tiver um exemplar desses eu interessado em comprar ou trocar.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"O Embalsamento Egípcio" por Rómulo Carvalho (A. Gedeão) - com autógrafo





CARVALHO, Rómulo de, O Embalsamento Egípcio, Lisboa, Cosmos, 1.ª Edição, 1948.


[Dedicatória autógrafa: “A Carlos Pisarro um abraço apertado do seu afilhado/ Rómulo de Carvalho / 19-6-1948. Brochado. Capas em bom estado, lombada bastante danificada e com restauro]

Preço 55€ - Excelente oportunidade!
Encomendas e contactos: reliquias.virtuais@gmail.com







quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"Companheira dos Homens" de Sidónio Muralha em 1.ª Edição



Em 1950, o grande poeta português publicou uma pequena maravilha da poesia nacional. Trata-se de "Companheira dos Homens". É um livro singelo, despretensioso, produzido de algum modo na esteira da estética neorrealista, mas que sem dúvida a ultrapassa. Foi mais um dos passos de gigante de Sidónio Muralha na construção de uma "poesia do homem", na senda de uma "poesia gente".

Para além do valor poético, o livro é uma peça bibliográfica muito interessante. Sendo a autoria do desenho da capa do pintor Júlio Pomar, na época também um "artista em construção".

Esta primeira edição está em muito bom estado, por abrir.
É um livro bonito e bastante raro. Nunca vi a segunda edição que é do mesmo ano, se encontrarem alguma comuniquem, que tenho interesse em obtê-la

O livro só teve duas edições autónomas, depois foi incluído nas antologia do poeta ("Poemas", Inova, 1971 e no livro "Obras completas do poeta", Universitária, 2002).

Para informações ou propostas para a primeira edição aqui disponível contactem: reliquias.virtuais@gmail.com. Preço base 35€. 
Pagamento via Paypal, transferência ou à cobrança.




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

"A Poética dos Cinco Sentidos": procura o sentido de um bom negócio


«Em 1979, seis escritores portugueses aceitaram o desafio de explorar a alegoria enigmática sobre os cinco sentidos do conjunto de tapeçarias "A dama e o unicórnio". Maria Velho da Costa percorre o universo desta misteriosa Dama através da visão. José Saramago através do ouvido, Augusto Abelaira pelo olfato. Nuno Bragança pelo gosto, Ana Hatherly através do tato. Já Isabel da Nóbrega aventura-se nas vagas do sexto sentido, enunciado na última imagem pela secreta divisa “A mon seul désir”.  Trinta anos depois da publicação lusitana, a "Poética" é revisitada por seis ensaístas brasileiros: Cleonice Berardinelli (UFRJ e PUC-Rio), Vilma Arêas (Unicamp), Jorge Fernandes da Silveira (UFRJ), Gilda Santos (UFRJ), Horácio Costa (USP) e Luis Maffei (UFF). Nesta edição cuidadosamente ilustrada, estes especialistas em cultura portuguesa guiam o leitor através de cada texto e imagem, num livro que aponta os caminhos da ficção no Portugal pós-ditadura salazarista.»

Temos disponíveis para venda:

a) a primeira edição portuguesa, com sobrecapa original, que incluí, entre outros o texto de Saramago "O Ouvido", preço 155€.


b) e a edição especial brasileira "Poética dos Cinco Sentidos Revisitada", acima descrita, preço 75€.



Postais antigos de "Salvaterra de Magos"


Hoje não vos trazemos um livro, mas três postais antigos de Salvaterra de Magos.

Compre os três postais a 7 € cada, ou a colecção completa por 20 €. Acrescidos dos portes. 

Compras através do e-mail reliquias.virtuais@gmail.com. 




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ellas: Catorce Hombres dan la Cara - com texto de Saramago


Ellas: Catorce Hombres dan la Cara trata-se de um colectânea de textos, editada em espanhol, por ocasião do dia da mulher com 14 depoimentos de homens. Entre eles incluí-se um texto a descobrir de José Saramago.

Disponível em leilão em:

http://www.leiloes.net/Ellas---Catorce-Hombres-dan-la-Cara---com-texto-de-Saramago,name,178678452,auction_id,auction_details


JRN

terça-feira, 30 de agosto de 2011

"Moby Dick em Lisboa" alguém o viu? E por onde pará a colecção "98 Mares"?


A Expo 98, com o apoio da INAPA, dos CTT e da TMN, fez, à época, editar uma colecção de 98 livros de bolso chamada "98 mares".


Tanto quanto sei foram publicados 5000 exemplares de cada volume, pelo menos dos primeiros números, no entanto, a colecção parece ter se esfumado mar adentro, desaparecendo dos livreiros e dos escaparates. Na verdade, há alguns anos ainda se iam vendo estes "livrinhos" aqui e ali em feiras ou num outro alfarrabista, entretanto tornaram-se muito difícies de encontrar. 


Fica uma questão: alguém me consegue indicar a listagem completa da colecção 98 mares? Na Biblioteca Nacional apenas surgem os títulos que lá estão disponíveis para consulta. 


Fica um apelo: continuo à procura, na senda digamos assim, do número 1 desta colecção:
"Moby Dick em Lisboa" por José Saramago. 





Quem tiver notícias do paradeiro de algum exemplar à venda comunique, agradecemos a atenção. 


por JRN




"Os leitores servem-se dos livros como os cidadãos dos homens. Não vivemos com todos os nossos contemporâneos, escolhemos alguns amigos."
Voltaire

domingo, 8 de maio de 2011

A senda dos livros procura leitores!

Este blog pretende ser um espaço de troca de informações sobre livros. Permitindo também a compra e a venda desses objectos que tanto gostamos.

Cá vos esperamos bibliófilos.

Em breve teremos novidades.


A senda dos livros.